O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Hortolândia (SP) no dia 23 de agosto, para acompanhar a inauguração da nova fábrica de polipeptídio sintético da EMS. A unidade, que representa um marco na produção nacional, utilizará tecnologia avançada para fabricar e comercializar globalmente as moléculas de liraglutida e semaglutida, indicadas para o tratamento de obesidade e diabetes.
Esses medicamentos, classificados como peptídeos análogos de GLP-1, funcionam de maneira semelhante ao hormônio natural, proporcionando tratamentos com menos efeitos colaterais e custos reduzidos. O projeto da fábrica demandou um investimento total de R$ 70 milhões, dos quais R$ 48 milhões foram financiados pelo BNDES. A EMS prevê que a nova instalação criará 150 empregos diretos e cerca de mil empregos indiretos.
A nova fábrica reforça o compromisso do Governo Federal com o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), um setor estratégico para a reindustrialização do Brasil. Até 2026, o governo planeja investir R$ 57,4 bilhões no CEIS, com recursos tanto públicos quanto privados. O objetivo é ampliar a produção nacional de itens essenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzir a dependência de insumos e produtos de saúde estrangeiros. Essa iniciativa é parte de uma nova estratégia de industrialização focada na inclusão social e sustentabilidade ambiental.
Políticas de Saúde e Inovação
O diabetes, identificado como prioridade nas estratégias de saúde, tem impulsionado a inovação e o desenvolvimento tecnológico no Brasil. A entrada da EMS no mercado público foi facilitada por políticas federais, como o Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde.
Atualmente, dez PDPs estão em operação, fornecendo medicamentos ao SUS, incluindo tratamentos para câncer, esquizofrenia, imunossupressores para transplantados e doenças raras como esclerose múltipla. Esses medicamentos são adquiridos de forma centralizada pelo Ministério da Saúde e distribuídos gratuitamente às secretarias de saúde dos estados e do Distrito Federal.
A cerimônia de inauguração ocorreu no complexo industrial da EMS, que abriga diversas instalações, como fábricas de medicamentos sólidos, líquidos, semissólidos e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Investimentos em Produção Nacional
No dia 14 de agosto, o presidente Lula anunciou novos investimentos de R$ 42,7 bilhões para o CEIS, vinculados ao Plano Mais Produção (P+P), coordenado pelo BNDES. Durante o evento, o BNDES aprovou R$ 1,39 bilhão em financiamentos para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação da indústria farmacêutica nacional. Desse montante, R$ 500 milhões foram destinados à EMS, R$ 390 milhões à Aché e R$ 500 milhões à Eurofarma.
Sobre a EMS
A EMS é o maior laboratório farmacêutico do Brasil, com 60 anos de história e pertencente ao Grupo NC. A empresa emprega atualmente 6,7 mil colaboradores e opera em diversos segmentos da medicina, incluindo prescrição médica, genéricos e medicamentos de marca. Suas unidades produtivas estão localizadas em Jaguariúna (SP), Brasília (DF) e Hortolândia (SP), onde fica o complexo industrial e o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento. A empresa também possui a Novamed, em Manaus (AM), uma das maiores fábricas de medicamentos sólidos do mundo.